Um momento histórico vai ser realizado em Boa Vista da Aparecida. Contra as violências, falar ainda é a melhor forma de solução. Pensando nisso, e nos altos índices de violência contra a mulher registrados em Boa Vista da Aparecida, o CREAS (Centro de Referência à Assistência Social) está chamando as pessoas para a rua.
Mulheres sofrem com diversos tipos de violência, especialmente dentro de casa. Isoladas, não se sentem confortáveis para denunciar os crimes. Por isso, uma grande passeata está sendo organizada para às 8 horas do dia 24 de novembro. Todos os participantes devem ir vestidos de branco, simbolizando a paz que as mulheres tanto buscam.
A data é alusiva ao dia 25 de novembro, dia internacional da luta contra a violência contra a mulher. Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. Com os homens, a situação é bem diferente: o número cai para 6%.
Seis dados que revelam a gravidade da violência contra a mulher no Brasil:
- Mulheres são assassinadas em casa: No Brasil, entre 2001 a 2011, ocorreram mais de 50 mil feminicídios. São 5 mil por ano. Acredita-se que grande parte foram decorrentes de violência doméstica e familiar, uma vez que aproximadamente um terço das mortes aconteceram em casa.
- Agressões são comuns – e não param: Pesquisa do Senado brasileiro estima que mais de 13,5 milhões de mulheres já tenham sofrido algum tipo de agressão. Esse número equivale a 19% da população feminina com 16 anos ou mais. Das que sofreram violência, 31% ainda precisam conviver com o agressor. E pior: das que convivem com o agressor, 14% continuam sofrendo violência.
– Mulheres jovens estão em relacionamentos violentos: Você acha que a violência está longe de você ou é coisa do passado? Pois saiba que 3 em cada 5 mulheres jovens, entre 16 e 24 anos, já sofreram violência em relacionamentos amorosos. E, de cara, ninguém admite. A pesquisa mostrou que, embora apenas 8% das mulheres admitam espontaneamente já terem sofrido violência do parceiro, 66% das mulheres afirmaram ter sido alvo de alguma das ações citadas no questionário – entre as violências, constavam: xingar, empurrar, agredir com palavras, dar tapa, dar soco, impedir de sair de casa e obrigar a fazer sexo.
Para os homens, admitir a violência também é difícil. Só 4% dos rapazes reconhecem que já tiveram atitudes violentas contra parceiras – mas 55% dos homens declararam ter realizado tais práticas na pesquisa.
– Crianças sofrem junto com suas mães: Em levantamento realizado pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180), ficou constatado que as crianças estão diretamente envolvidas nos casos de violência doméstica. Dentre as vítimas ouvidas em 2014, 80% tinham filhos. Só que 64,35% presenciaram a violência e 18,74% eram vítimas diretas junto com as mães.
– Quase todo mundo conhece uma vítima: É bem possível que você, também. 54% das pessoas conhecem uma mulher que já foi agredida e 56% conhecem um homem que já praticou agressão contra uma mulher.
– Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil: Só em 2014, o Brasil teve pelo menos 47 mil estupros. Mas o Fórum Brasileiro de Segurança Pública acredita que podem ter ocorrido entre 136 mil e 476 mil casos. E acredite, 52% das pessoas acham que juízes e policiais desqualificam o problema da violência contra a mulher.
Então é hora de dar um basta nesta violência, o CREAS e a Secretaria de Assistência Social de Boa Vista da Aparecida promovem ações para erradicar a violência no município. A passeata tem o tema: “Violência contra a mulher também é problema seu”.
O Evento esta sendo organizado pelo Creas, Prefeitura Municipal e todas as suas secretarias, com apoio da Assistência Social, Polícia Militar e com toda rede de ensino. A passeata terá início às 08 horas, em frente ao Ginásio de Esportes Vereador Gentil Rossato, passando pela Avenida Tancredo Neves, retornando em frente ao Mercado Moretti, passando pelo Banco Itaú, Avenida Cícero Barbosa Sobrinho, posto de saúde, e terminando novamente no Ginásio de Esportes.
Todas as mulheres da prefeitura participarão deste momento. A passeata é uma parada de aproximadamente uma hora por todas as mulheres que já foram e são agredidas diariamente. Também em memória a todas que morreram vítimas de agressão.
Na passeata, as pessoas usarão camisetas brancas, balões brancos, apitos, cartazes e faixas com dizeres sobre a campanha. Um carro de som será utilizado para dar apoio à passeata, e alunos do CIAAC realizarão uma apresentação durante a caminhada. Cartazes também serão distribuídos no comércio.
O CREAS já vem promovendo ações para o combate da violência contra a mulher. No dia 31 de outubro, uma palestra sobre o tema foi ministrada no Clube da Terceira Idade, e na sede do CREAS, grupos de atendimento para as mulheres são realizados.
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